*Em se plantando tudo dá*, escreveu Pero Vaz de Caminha em sua primeira carta ao rei de Portugal, em 1500. Ela não estava enganado. Por aqui já existiam muitas variedades de frutas como caju, goiaba, banana da terra, cupuaçu, pequi, mamão e cacau, este que mais tarde seria uma importante atividade econômica na Bahia para a produção do chocolate. Essas plantas nativas se juntaram às trazidas de outras terras, como a uva, que hoje dá bons vinhos no Sul do país e no vale do rio São Francisco, no Nordeste.
A partir da chegada de Cabral, a cozinha brasileira se tornou aos poucos, caldeirão de influências, cuja base é apresentada pelo tripé dos povos indígenas, portugueses e africanos.
Os primeiros habitantes das terras brasileiras cultivavam raízes como a mandioca. Esta está presente de norte a sul, em subprodutos como o tucupi e as receitas como a tapioca. Os indígenas tinham também como base da alimentação, o milho, além do amendoim e do palmito.
Em vez do sal, usavam a pimenta. Não é à toa que o gosto apimentado é nacional, pois era o principal condimento de nossos ancestrais.
Os primeiros colonizadores, os portugueses, trouxeram para cá a maioria dos legumes e verduras, como alface, e couve, além de condimentos como o sal, a cebola, o alho, a canela. Introduziram também os animais de criação, como os suínos e o gado bovino, cuja carne seca propiciou suprimento para a ocupação de boa parte do interior do país. Com o leite da vaca se passou a produzir doces, manteiga, requeijão e os queijos, entre eles os famosos queijos de coalho, no Nordeste, e os mineiros.
Os portugueses trouxeram também as mudas de cana de açúcar, que deram origem a importantes unidades econômicas de exploração do açucar no Nordeste.
Vale registrar que boa parte dos nossos modos de cozinhar, são portugueses, como a fritura e o cozido.
Os africanos chegaram ao Brasil como mão de obra compulsória para trabalhar nos engenhos de cana de açucar, contribuindo para a fabricação da rapadura, do melado e da cachaça. Com eles, nossa comida ficou ainda com um bocadinho a mais de pimenta no prato (malagueta), além de leite de côco e o azeite de dendê, incorporados a muitas receitas, como a moqueca baiana.
A partir da metade do Séc.XIX, imigrantes italianos, espanhóis, alemães, japoneses e árabes vieram com suas bagagens cheias de receitas como massas, pizzas, esfihas, sushis, sachimis entre tantos outros pratos que formam o nosso cardápio multicultural.
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